MENTIRA

20 janeiro, 2011

Estou cansada da rejeição cultural à velhice, à pobreza, à incultura, à feiúra, à gordice, (inventei gordice para rimar com velhice).
Estou cansada do culto à beleza, mesmo quando vazia ou desprovida de conhecimento.
Recuso-me à mentira e ao estigma das marcas do tempo.
Estou cansada da preguiça e da ultrapassada mania de se colocar no outro a culpa do malogro.
Há quem, até hoje, insista em colocar no governo a responsabilidade da própria miséria existencial. Acredita?
Claro que acredita!! Sou eu que estou falando!!!!! A exclamação é para dar sotaque.
E de cansada, vou dormir.
Amanhã, ainda em tempo, vou acordar cedo e dessujar o mundo que eu não me chamo Raimundo.
Hê, hê!

4 comentários:

Bru disse...

Faz tempo que não entro no seu blog, que leitora e amiga desnaturada!
Concordo plenamente! Estávamos falando na terça. Cuidar da saúde é sem dúvida muito importante e ser feliz é um dos requisitos para isso. Se preocupar com a ditadura da beleza é algo muito ruim. Mas infelizmente ainda nos deixamos influenciar.

Obrigada pelo recadinho lá no blog!

Beijão
www.blogdabrunaborges.com

PS.: tentei arrumar o link no meu blog mas não consegui! Não sei porque está direcionando para aquela página.

Leandro Luis Rodrigues disse...

O grande escritor Antoine de Saint-Exupéry, em sua obra clássica e mundialmente conhecida, O Pequeno Príncipe, trouxe-nos o seguinte ensinamento:

"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer".

Teu desabafo é isto, é Saint-Exupéry na forma de Lucila dizendo a mesma coisa. Cada um à sua forma, em sua essencialidade.

Adoro tua espontaneidade.

Leandro Luís Rodrigues disse...

Apenas um adendo, O Pequeno Príncipe é uma obra aparentemente simples, mas, apenas aparentemente. Infelizmente é tratado como um livro infantil, e por isso muitos adultos ignoram seu valor.
É uma obra que nos mostra uma profunda mudança de valores, que ensina como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Nós nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos. Esquecemos de olhar para dentro e ficamos olhando somente para fora...

André Arins disse...

Magnífico texto Lucila!

São pessoas assim como você que quero para o meu convívio.
Como poucos.
Um grande abraço,

André Arins.