CADÊ?

28 janeiro, 2011

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Cadê as cores?
O verde alface fraquiiiiinho está na comida à mesa,
O amarelo calcinha nas nossas riquezas,
O azul petróleo nos rios,
O branco na palidez da saúde pública,
O marrom cocô (silêncio para pensar) no ensino em casa.
Preto? Quem falou em preto? As passadeiras de asfalto?
Estão espalhadas pelo Brasil, feito artérias. Infinitas delas cobrindo em proporção a terra.
Aaah!- Mas marrom e preto não estão na bandeira do Brasil!!!!
O que posso concluir é que o varonil do Brasil foi sobrepujado pelo mercado negro da corrupção e pela educação marrom que juntos fazemos nele, todos os dias e em parceria com as escolas, nos impedindo de dizer à porta: limpe os pés para entrar que o Brasil tá limpinho.
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MENTIRA

20 janeiro, 2011

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Estou cansada da rejeição cultural à velhice, à pobreza, à incultura, à feiúra, à gordice, (inventei gordice para rimar com velhice).
Estou cansada do culto à beleza, mesmo quando vazia ou desprovida de conhecimento.
Recuso-me à mentira e ao estigma das marcas do tempo.
Estou cansada da preguiça e da ultrapassada mania de se colocar no outro a culpa do malogro.
Há quem, até hoje, insista em colocar no governo a responsabilidade da própria miséria existencial. Acredita?
Claro que acredita!! Sou eu que estou falando!!!!! A exclamação é para dar sotaque.
E de cansada, vou dormir.
Amanhã, ainda em tempo, vou acordar cedo e dessujar o mundo que eu não me chamo Raimundo.
Hê, hê!

ATITUDE

19 janeiro, 2011

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Lu,
amiga sempre, amiga melhor, amiga Lu:
Leio e, relendo-te, lembro-me...
como se fora magia, outrora, nos rimos.
Rimos de nós, dos outros, das coisas, dos eventos...
De cima do muro
as águas pareciam tão calmas...
E, uma vez dentro dela, nos entregamos ao dilúvio.
A descoberta de possibilidades,
a sensação, a lágrima, a incerteza...
Um gramado bem verdinho,
Ópera na tv em preto e branco,
almoço de domingo... recordações...
Obrigado por tudo:
pela pessoa na qual me tornei,
pelo amor incondicional,
por ouvir, por sorrir,
por rir de mim e comigo.

De teu amigo,
Ri

NUA

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Então eu resolvi escrever. Não tenho palavras tão bonitas, mas faço intensas estas que expressam em papel o que não consigo dizer, do valor abat-jour, luz acesa e a verdade difícil, desconhecida e curiosamente experimentada em sensações , no esforço físico, olhando tua boca em sons que me excitam.

RI

10 janeiro, 2011

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Quando você vê estas duas letras, não imagina o que está por trás delas.
Talvez você pense no verbo rir. Eu pensaria.
Até porque, rir foi o que eu mais fiz com esta figura chamada Richardson, a quem apelidei carinhosa e simplesmente por economia de Ri. Sem poupar o riso. Claro!
Um dia meu marido, outros mais, muitos mais meu grande amigo Ri.
Eu Ri, tu Ri, ele Ri, nós Ri.
Sem considerar a conjugação, penso nele como parte das pessoas que eu componho: eu amiga, eu mulher, eu homem, eu sim, eu não, eu mãe, eu cômica, eu dramática, eu ciumenta, desprendida, neurótica, crítica, otimista, carente, solidária, atípica, comum e acima de tudo, eu curiosa.
Vamos pensar na conjunção, no ensejo, no sentido literal da combinação que se faz entre homem e mulher, podendo também ser mulher e mulher, homem e homem, tanto faz a cama minha ou sua, mesmo que num átimo de tempo.
Importa é saber o momento certo de mudar a polaridade de uma relação, de forma que a partir deste, a relação somente evolua. Foi exatamente o que fizemos: soubemos o momento exato de bifurcar a nossa história sem, no entanto deixar para trás tudo o que aprendemos com ela e um com o outro.
Assim, o universo conspirando a meu favor, vai complementando minha história.
A nossa história!

CÉREBRO

08 janeiro, 2011

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Nesta muito fundi a minha cuca. Admirável máquina humana!
Penso no cérebro como algo a ser estimulado constantemente.
Aliás, é muito conveniente estimulá-lo.
Os anos que vivo, vivo melhor pela atividade incessante,
fruto da necessidade em reorganizar e preservar minha plasticidade neural.
Faço isso mantendo minha curiosidade em dia.
Sem curiosidade não se chega a lugar algum.
É essa curiosidade que me faz sair de casa,
me faz ler, viajar, transar, amar o outro, comer, admirar o DeBona, 
respeitar o outro, subir nas paredes, trabalhar, entender a Ema, abrir as gavetas,
subir nas tamancas, mofar na balaia, quebrar o pau, aparecer, sumir, aquietar, dormir e acordar.
Todos os dias, deliciosamente!!!

INSTRUMENTO DO PENSAMENTO

06 janeiro, 2011

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Literalmente traduzido como vocalização de sons e ultra-sons, o mantra desenvolve naquele que o vocaliza parâmetros de reconhecimento sensorial. É a nossa memória auditiva atuando em conjunto com as associações neurológicas.
Mesmo que você não conheça nenhum mantra, por que não ouvir uma música compatível com o estado de espírito almejado? Toda música gera estímulo no corpo por nos remeter a situações específicas armazenadas em nossa memória, ainda que inconsciente.
Músicas tristes, melancólicas, nem pensar! Opte por algo que reverbere no corpo e você terá como resposta um estímulo de vibração, cujas ondas vão produzir uma excitação capaz de mover o que você nem imagina: suas aptidões mais profundas!

PRÁXIS

04 janeiro, 2011

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O atraso já faz parte da vida do brasileiro. Tantos porquês justificam tal comportamento.
Sim! O atraso é comportamental. Entra nesta categoria aquele que não se organiza com antecedência, o que dorme muito e fundo e o relógio não desperta, o que tem um carro e o pneu fura. O que engarrafa no trânsito, o cego que não vê a hora passar e aquele cuja avó morre várias vezes. Quem muito lhe xinga, muito lhe espera porque sabe a programação do dia por água abaixo o atraso! E água abaixo a confiança esvai-se com as oportunidades de quem atrasa e espera.
Recuar é atrasar, é pôr para trás, é deixar para depois, é inacabar.
E de coisas inacabadas o Brasil está cheio. O porque disso não sei.
Cheguei tarde e a merda já estava feita.        

AS FORMAS DA LÍNGUA

03 janeiro, 2011

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Não a língua bífida, a língua orgástica, aglutinante, analítica.
Não a língua que degusta, a que deglute, a que articula os sons.
Não a língua auxiliar ou da geleira que percorre o vale glacial.
Não a língua negra esparramando seu esgoto após o temporal.
Não a língua-de-sogra, a língua de fora em exaustão.
Não a língua do mar na areia da praia, a língua de sinais.
Não a língua de fogo, a de ordem livre, a língua fixa, a língua de comércio, o pidgin.
Não as regras de gramática, o idioma, a língua vernácula, a que marca uma época, o estilo de um autor, a própria de pessoa ou egrégora.
Não a língua brasílica, a língua azul, a língua centum, o código, a linguagem articulada, o discurso.
Refiro-me às palavras de um povo, uma nação.
Refiro-me ao brado e a forma dita.

Não à língua que fere, afiada, a língua de palmo, comprida.
Não à língua do mexerico, do indiscreto, do maldizente.
Não à língua de prata, língua de palmo e meio, à do falador incorrigível.
Não à língua de trapo, à língua suja.
Não ao indivíduo obsceno em palavras, ao desbocado.
Não à língua viperina, malévola, venenosa.
A forma dita.

Dar com a língua nos dentes e falar contra a vontade, a contragosto, malgrado.
Tagarelar, parolar, taramelar, linguajar, correr o badalo.
Falar indiscretamente, revelar um segredo, dar à língua, dar de língua.
Dobrar a língua, emendar o que se acabou de dizer.
Engolir a língua, calar por conveniência.
Estar com algo debaixo da língua, com a língua coçando, com vontade de falar o que não deve. 
A forma dita.

Pagar pela língua, sofrer más consequências por ser linguarudo.
Puxar pela língua fazendo por meios hábeis ou astuciosos com que alguém fale, manifeste-se.
Não falar a mesma língua, não se entender com outrem.
Ter a língua maior que o corpo, ser muito falador, muito indiscreto.
Ter debaixo da língua, estar quase a lembrar-se de algo que momentaneamente esqueceu.
Trocar de língua, conversar, palestrar.

Nada disso, Aurélio!
Refiro-me à língua franca, à língua falada: fronteira às vezes, noutras aliada.  
A dita forma!! A forma dita!!