O corpo que eu faço.

12 dezembro, 2011

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Lembro de certa vez (a long time ago) ouvir meu pai comentando com a minha mãe sobre as minhas pernas tortas. Ali, ainda criança, eu comecei a construir um corpo. Na medida em que crescia e percebia suas mudanças, mais eu o escondia. Chegando à adolescência, não percebia o quão sensual pode ser um corpo, mesmo aqueles que não estão dentro dos atuais padrões de beleza. Noutra ocasião, trocando sem perceber alguns paradigmas por outros, comecei a expô-lo um pouco mais. Ainda assim, sem qualquer sensualidade.
Até que um dia, na rua, percebi alguém me olhando. Mais do que isso: percebi que adorei perceber alguém me olhando. Desta forma, espontaneamente eu comecei a mudar minha postura. Apreciando mais a diversidade gastronômica, comecei a construir outro corpo, o adiposo. Sedentária, outro ainda. Passados os anos, mais um. Emoções fortes e constantes, outro ainda.
A ruptura constante com o corpo da infância e o da adolescência acontece o tempo todo. Todos os dias construímos nosso corpo através dos hábitos. Sejam de postura, de alimentação, hidratação, atividade física ou a falta dela, condicionamentos mentais e emocionais.
Por incrível que pareça, estes condicionamentos têm muito mais peso na construção diária do nosso veículo físico. Mas podemos escolher a maneira como queremos construí-lo. De uma forma ou outra, cada um tem responsabilidade absoluta sobre ele. O corpo é o nosso mais importante patrimônio. Talvez o único e real patrimônio.
Os demais são efêmeros.
Muitos de nós somos cegos aos poderes que possuímos: nosso mecanismo biológico corporal é perfeitamente capaz de cuidar-se sozinho e nos dá incessantes sinalizações quando algo está errado. Mas nem sempre aproveitamos os dispositivos corporais de autoproteção. Ao invés disso, colocamos nossas vidas nas mãos de especialistas sem considerar a estreiteza de visão de muitos deles. Atitudes tradicionais, como uma criteriosa seleção alimentar, técnicas de descontração, auto-observação, gerenciamento do stress, amigos e alegria sinceros, atividade física regular, sexo seguro, afeto etc., podem muito bem mudar a construção do nosso corpo e dilatar a nossa longevidade para muito além daquilo que a nossa herança genética havia previsto para nós.
Desde os tempos mais remotos fazemos do nosso corpo um objeto cultural.
É ele que exprime uma série de significações que permitem com que os outros nos reconheçam e nos aceitem como membros de um grupo.
Nossas ações, inclusive, seguem uma lógica acordada com a nossa cultura e o meio dentro do qual nascemos, crescemos e ou estamos inseridos (egrégora).
Independentemente do meio, nossa conduta deve ser fundamentada em atitude reta, boas relações interpessoais, aprimoramento constante, civilidade, reação proporcional ao fato, alta performance, entre outros, de maneira, que ao deitar para dormir, façamos isso serenamente, sem maiores preocupações, tendo como resultado natural um incrível potencial realizador e uma expressiva qualidade de vida. Cuidemos bem do nosso patrimônio corporal, mantendo-o organizado como se fosse a nossa casa.
Um beijo!
Lucila

Educação, moda e fineza

04 dezembro, 2011

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Pensei em começar falando sobre gentileza, apostando nela como primeiro agente
da fineza que deve vir muito antes de uma roupa bem transada. Que tal? Gentileza
no sentido da etiqueta (do francês étiquette) e etiqueta no sentido do que está em
voga em qualquer circunstância: a boa educação.
Do ponto de vista biológico somos todos absolutamente iguais. O que vai nos
diferenciar uns dos outros é a maneira como orientamos a nossa conduta diária,
como reagimos aos fatos, como interpretamos as pessoas à nossa volta. É a
inteligência social, resultado natural de uma boa educação e fineza, que pode
determinar nosso sucesso ou insucesso no mercado de trabalho e nas relações
interpessoais.
Por outro lado, quando a inteligência vem acompanhada de uma boa dose de
gentileza no trato com as pessoas e ainda somada a um bom modelito, pode fazer
toda a diferença... Não me refiro à superficialidade, mas à maneira como nos
relacionamos com as pessoas, com o meio ambiente e com o próprio corpo. O que
pode ser mais moderno?
Falando em fineza, no sentido figurado, agressividade está associada à atividade e
ao dinamismo. Podemos sim ser agressivos na hora de lutar pelos nossos sonhos e
direitos, mas sem jamais perder a compostura. Coisa mais mané – começando pelo
termo – é armar um barraco (expressão feia também!!!) por qualquer coisa!
De nada adianta uma roupa maravilhosa quando não se é gentil no trato com o
outro. Quando a atitude é tosca, a palavra é torta, a expressão incômoda, o gesto
pornográfico e o linguajar inapropriado não há look que supra a falta da gentileza.
No meu amigo Aurélio consta sobre permissividade dos costumes: 1. Num
dado período, o afrouxamento das restrições das normas prescritivas de
comportamentos sociais relativos às relações sexuais, familiares ou profissionais,
à moda, aos espetáculos, às atitudes em público, em que se configura a
institucionalização de novos padrões comportamentais.
Para saber mais sobre comportamento, faça-nos uma visita ou acesse nosso
site (www.YogaKobrasol.org), assista nossas aulas, leia o blog do Educador
DeRose (www.MetodoDeRose.org/blog), e estude a bibliografia indicada
(www.metododerose.org/blogdoderose/livros/alguns-livros-recomendados-e-dicas-
de-leitura).
Beijo da Lucila

Meditação

22 novembro, 2011

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Uma reflexão sobre meditação por Joris Marengo

Meditar não é um ato de esforço

Mas de desistência.

Criamos padrões pré

Estabelecidos do que seja o

Estado meditativo e qualquer

experiência que não

reflita este padrão, mesmo a meditação,

é rejeitada por nós.

Nos esforçamos, prática após

prática, para nos

aproximarmos daquele padrão.

Que ginástica mental!

Nos aproximaremos mais da meditação,

quanto menos esforço fizermos.

Desistirmos enfim, de fazer tanta força.

Assim talvez, numa sexta-feira qualquer, sem esforço, sem pose, nos surja o estado meditativo, bem de repente.


Escolha inteligente

07 novembro, 2011

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Fumar não parece ser uma escolha inteligente

Basta estar vivo para conviver com pressões que nos exigem consecutivas e ininterruptas escolhas, feitas essencialmente sob critérios emocionais e não racionais.

Estabelecemos relações profundas com as pessoas à nossa volta, criamos parâmetros, formamos opiniões, interferimos mesmo sem perceber na atmosfera do ambiente ao nosso redor. Tudo isso exige de nós uma incrível habilidade de adaptação. E, como conseqüência, muitos de nós vivemos uma rotina tão regrada, que passamos a entender as sinalizações positivas ou negativas do corpo como sendo algo normal.

Vamos pegar como exemplo um fumante: levar o cigarro à boca, tragar e soprar. Cigarro à boca, tragar e soprar. Sucessivas vezes. No início, o corpo sente uma tontura, ás vezes enjoo, mas com o passar do tempo, já nem percebe mais a quantidade imensa de toxinas que está sendo assimilada ao mesmo tempo. E um prazer volátil toma conta da mente do fumante, enquanto a droga toma conta do corpo...

E isso passa a ser tão rotineiro, que o fumante também perde a noção de etiqueta e fuma inclusive em ambientes onde estão outras pessoas, impondo às mesmas um hábito que não é o delas. Vamos e venhamos: isso é démodé. Imagine este hábito durante anos. Estabelecida a rotina, criamos um modelo corporal condicionado; dessa forma, não fazemos nada para mudar aquilo que já estamos acostumados, ainda que saibamos plenamente o alto preço que essa “escolha por omissão” nos causa.

Para transformar o condicionamento de fumar, pensemos, por exemplo, na respiração como um ritmo gradual e extremamente sofisticado, e ininterrupto por toda uma vida, mas cujo ciclo é alterado abruptamente a cada cigarro fumado. Considerando que toda variação emocional interfere diretamente na respiração (quando estamos com medo ficamos ofegantes, apaixonados suspiramos à toa...) e levando em conta que o oposto também é verdadeiro: há estreita relação entre o ato respiratório e os diversos estados de consciência, podemos, então, concluir que fumar pode sim promover alterações sobre o nosso humor, e este, por sua vez, na agilidade e perspicácia das nossas escolhas. E são essas mesmas escolhas – corretas ou não – que moldam nosso futuro imediato e distante.

Fumar diminui a liberdade diafragmática, altera o olfato e outras percepções sensoriais, muda o cheiro do fumante, a cor da pele e até a voz, que fica prejudicada. Causa ainda o envelhecimento precoce e o aparecimento de mais rugas (principalmente em torno da boca), além de reduzir a sensibilidade corporal. Isso sem falar nas doenças mais graves, que todos já temos conhecimento.

Para quem fuma, fica a dica de fazer a escolha certa: mudar o modelo respiratório condicionado por um modelo mais sofisticado e coerente com os objetivos de qualidade de vida e uma dilatada longevidade. Respirar de forma mais lenta e profunda, sentir a amplitude da respiração nutrindo todo o corpo e a atividade cerebral, isso não parece ser muito mais divertido do que tragar fumaça?

Por outro lado, se houver muita dificuldade em parar de fumar, já que uma das muitas leis que rege a natureza humana é a da resistência à mudança, lembre-se que assim também são os pensamentos: resistentes como rochas. Quanto mais resistirmos a eles, mais eles se firmam. Refletir sobre um hábito que você queira eliminar e concentrar-se exatamente no seu contrário, nas sensações e percepções produzidas pelo seu oposto, pode ser uma boa ferramenta para obter transformações rápidas e positivas na vida. Esse ensinamento não é novo, vem sendo repassado de geração a geração nos últimos 5 milênios.

Não só para eliminar o hábito de fumar, mas para qualquer coisa que queira mudar na vida, fica a dica de se conviver com a ideia do oposto, até que o velho hábito tenha dado lugar ao novo, mais inteligente e inspirador.

Bem-ser e bem-estar requerem muita disciplina e sabedoria nas escolhas.

Dito isso, mãos a obra!!

Escolher. Posso ou não posso?

31 agosto, 2011

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Estivemos em POA para o dia dos namorados. Um convite que o Rô me fez sabendo que a data jamais passa despercebida por uma mulher apaixonada. Na ocasião, com o evento do vulcão no Chile, não sabíamos se daria para embarcar. Os aeroportos estavam fechados. Até o último momento não sabíamos se daria certo. Embarcamos com pouco atraso. Adoro POA. Adoramos!

Lá fizemos nossos passeios prediletos: Usina das Massas, Barbarella, Parcão, chimarrão. Pois é, não tenho aqui o hábito do chimas.

Mas em POA é diferente: não pode faltar o chimarrão. E chimarrão no parcão, com sol, friozinho, Sarita, Montagna e Rô, não tem preço. Não bastasse, falamos pela webcam com a Marisol e o Marcelo em New York. Foi muito agradável!!

Rô e eu temos viajado o mundo para descobrir onde moraremos num futuro distante. Não temos pressa, afinal.

Entre as tantas coisas que estive pensando naquele fim de semana está o fato de termos a liberdade de escolher onde queremos morar. De uma forma ou outra sempre podemos escolher. Contanto, que seja uma escolha consciente. Criamos raízes, solidificamos amizades, estabelecemos vínculos e depois usamos isso como pretexto para permanecer por anos no mesmo lugar.

Mas se este lugar já não preenche as nossas expectativas, porque não mudar?

Buscar um bairro, cidade, estado ou país que nos satisfaça, sem medo do novo.

Problema nenhum não fosse a intrínseca insatisfação que acomete a raça humana e mais a problemática cidade e bairro onde estamos atualmente. A marginalidade cresce velozmente.Você poderia me dizer: Floripa tem muito o que fazer: tem praia, tem rio, tem duna, trilha, manezinho, Método DeRose, Refinaria, tem Lucila, tem Joris, tem mangue, comida gostosa etc. Mas: se chover? O que fazer? Cinema? Claro, é o que eu mais faço.

Florianópolis tem uma geografia maravilhosa! Mas eu não quero somente geografia. Eu quero história. Não quero somente qualidade de vida. Eu quero quantidade também. Eu quero segurança. Quero poder me movimentar pela cidade sem engarrafamento, flanela, multa. Se for para ficar no ócio, quero o contemplativo. Praia? Só em horário nobre. Comida? Tem no mundo todo, ou quase todo.

Igualmente importa, é estar feliz onde se permanece. E se a felicidade impera, porque não ser no lugar dos sonhos? Eu me pergunto. Eu lhe pergunto. Porque insistir em ficar num contexto desprovido daquilo que cada um de nós considera fundamental à própria existência?

Em minha sabença limitada, estender os limites geográficos, ultrapassar as fronteiras, carimbar o passaporte, tomar chimarrão, tapioca, falafel, abacate, pizza, curry, pastel de Belém etc e descobrir o novo faz de mim uma pessoa mais aguerrida a cada dia. Tanto que me dá até medo. He, He!!

Caminhando na direção desejada

20 julho, 2011

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Nossa mente atua através de variados mecanismos, e por meio deles podemos controlar as variações do nosso fluxo emocional e direcionar nossa energia natural interna para aquilo que desejamos.
Inicie seu dia avaliando se a maneira como você tem se comportado está exatamente de acordo com aquilo que deseja para si. Se as suas ações diárias estão acordadas com os seus objetivos de vida.
Se estiverem, ótimo! Respire fundo e bom dia!
Se não estiverem, comece a mudar seus condicionamentos a partir de hoje. Pense no que pode fazer a cada dia para buscar uma maior qualidade de vida e realização pessoal.
Lembre-se: grandes jornadas começam sempre pelos primeiros pequenos passos.
E ainda, “Sê perseverante como o mar que há milênios tenta subir pelas areias.”
DeRose

Escolha

29 junho, 2011

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Toda escolha requer uma perda. Toda perda superação. A superação um acréscimo. O acréscimo, filtro e filtro discernimento.

As coisas que eu não entendo...

09 abril, 2011

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Não entendo veterinário que come carne.
Não entendo as manifestações contra a farra do boi, feitas por quem come suas carnes. 
Não entendo médico que fuma, bebe ou usa drogas.
Não entendo a guerra se quem a determina não vai para o campo. 
Não entendo quem necessita de comunicação constante pela internet quando não vê quem está ao lado.
Quem não se responsabiliza pelo seu lixo ou leva horas no banho.
Muito menos entendo os pais que vão contra os professores quando estes tomam uma atitude perante o mau comportamento do filho na escola.
Com tanta coisa importante para o Brasil aprender, o que o BBB está fazendo no ar?
Eu não entendo os rachas, o motorista dono das ruas e o pedestre dono da faixa de segurança.
Também não entendo os que falam de direitos humanos quando são assassinos. É incrível esse papo de direitos humanos vindo de bandidos que não nos dão o direito de andar livremente pelas ruas, assaltam nossas casas, violentam nossos filhos, usando em punho a coragem que não têm. Uma vez presos, gritam os direitos humanos. Tampouco entendo quem os defende. Cara estranho, ôôh!
Quem se disponibiliza a ajudar, e depois se faz de louco , exigindo direitos que não tem. Como assim?
E quem aceita as regras do jogo e depois coloca a empresa na justiça. Por favor!
E as mulheres que vivem dependentes da pensão que é dos filhos. Vai trabalhar. A pensão é para os filhos e não para as mães. Depender de pensão quando poderia estar trabalhando...
Não entendo quem desrespeita o velho e o velho que pensa estar sempre no direito só porque envelheceu.
E quem se aposenta antes do tempo. Que pressa é essa?
E o cara que coloca volume máximo no som do carro e abre os vidros, impondo ao mundo seu mau gosto pela música.
Não entendo quem pensa ser eterno, quem conta os dias, quem não olha para trás, para si, para mim que sou o outro.
Também não entendo quem gosta do Paulo Coelho, ou melhor, do que ele escreve, ou melhor, do seu contexto.
E aquele programa Vampires diaries? Que pessoas depressivas. Sempre com problemas, expressões tristes, beirando a morte.  
E os rebeldes sem causa? Que sarro! Refiro-me aos estudantes que fazem passeata contra o preço do transporte como se fossem eles que pagassem. Vocês acham que eles estão realmente preocupados com os pais?  
Não entendo quem não está disposto a fazer o que é necessário para chegar onde quer.
Quem só faz o que gosta, não o que é preciso ser feito.
Mas também não entendo mandarim, russo, checo, francês, esperanto....
E nem por isso deixo de conviver com todas estas pessoas maravilhosas, que certamente também não entendem muitas coisas, muito menos de mim ou do que digo, cada uma com suas diferentes interpretações a respeito de tudo e de todos.
Se tivesse eu que entender a todos, certamente faria uma grande confusão, para mim e aos demais.
Assim, no meu parâmetro da normalidade, pergunto-me sobre o que você deveria estar fazendo agora ao invés de tentar entender o que eu quero com isso. 
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Respirar

25 fevereiro, 2011

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Nada como o silêncio interior! Aquele conquistado mediante aquietamento, concentração e meditação. Aquele que faz nossa mente parar, nos dando uma dimensão mais profunda de quem realmente somos e do quanto somos o que respiramos!
Então respire. Respire lenta e profundamente. Perceba o ritmo da sua respiração. Ininterrupto, gradual e suficiente. Faça isso numa posição confortável, deitado ou sentado com a coluna ereta e concentre-se.
Observe como os pensamentos se aquietam gradativamente. Expulse todo o ar (exceto o óbvio residual ) e permaneça alguns instantes com os pulmões vazios. Pouco tempo: entre 15 e 30 segundos (não mais do que isto). Depois inspire e sinta todo o poder de uma respiração bem aplicada ao momento.
Deixe que todas as expectativas se desfaçam e curta intensamente este momento tão especial. Repita alguns ciclos de retenção vazia. Faça isso ao amanhecer e comece seu dia inspirado na própria respiração.



CADÊ?

28 janeiro, 2011

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Cadê as cores?
O verde alface fraquiiiiinho está na comida à mesa,
O amarelo calcinha nas nossas riquezas,
O azul petróleo nos rios,
O branco na palidez da saúde pública,
O marrom cocô (silêncio para pensar) no ensino em casa.
Preto? Quem falou em preto? As passadeiras de asfalto?
Estão espalhadas pelo Brasil, feito artérias. Infinitas delas cobrindo em proporção a terra.
Aaah!- Mas marrom e preto não estão na bandeira do Brasil!!!!
O que posso concluir é que o varonil do Brasil foi sobrepujado pelo mercado negro da corrupção e pela educação marrom que juntos fazemos nele, todos os dias e em parceria com as escolas, nos impedindo de dizer à porta: limpe os pés para entrar que o Brasil tá limpinho.
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MENTIRA

20 janeiro, 2011

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Estou cansada da rejeição cultural à velhice, à pobreza, à incultura, à feiúra, à gordice, (inventei gordice para rimar com velhice).
Estou cansada do culto à beleza, mesmo quando vazia ou desprovida de conhecimento.
Recuso-me à mentira e ao estigma das marcas do tempo.
Estou cansada da preguiça e da ultrapassada mania de se colocar no outro a culpa do malogro.
Há quem, até hoje, insista em colocar no governo a responsabilidade da própria miséria existencial. Acredita?
Claro que acredita!! Sou eu que estou falando!!!!! A exclamação é para dar sotaque.
E de cansada, vou dormir.
Amanhã, ainda em tempo, vou acordar cedo e dessujar o mundo que eu não me chamo Raimundo.
Hê, hê!

ATITUDE

19 janeiro, 2011

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Lu,
amiga sempre, amiga melhor, amiga Lu:
Leio e, relendo-te, lembro-me...
como se fora magia, outrora, nos rimos.
Rimos de nós, dos outros, das coisas, dos eventos...
De cima do muro
as águas pareciam tão calmas...
E, uma vez dentro dela, nos entregamos ao dilúvio.
A descoberta de possibilidades,
a sensação, a lágrima, a incerteza...
Um gramado bem verdinho,
Ópera na tv em preto e branco,
almoço de domingo... recordações...
Obrigado por tudo:
pela pessoa na qual me tornei,
pelo amor incondicional,
por ouvir, por sorrir,
por rir de mim e comigo.

De teu amigo,
Ri

NUA

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Então eu resolvi escrever. Não tenho palavras tão bonitas, mas faço intensas estas que expressam em papel o que não consigo dizer, do valor abat-jour, luz acesa e a verdade difícil, desconhecida e curiosamente experimentada em sensações , no esforço físico, olhando tua boca em sons que me excitam.

RI

10 janeiro, 2011

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Quando você vê estas duas letras, não imagina o que está por trás delas.
Talvez você pense no verbo rir. Eu pensaria.
Até porque, rir foi o que eu mais fiz com esta figura chamada Richardson, a quem apelidei carinhosa e simplesmente por economia de Ri. Sem poupar o riso. Claro!
Um dia meu marido, outros mais, muitos mais meu grande amigo Ri.
Eu Ri, tu Ri, ele Ri, nós Ri.
Sem considerar a conjugação, penso nele como parte das pessoas que eu componho: eu amiga, eu mulher, eu homem, eu sim, eu não, eu mãe, eu cômica, eu dramática, eu ciumenta, desprendida, neurótica, crítica, otimista, carente, solidária, atípica, comum e acima de tudo, eu curiosa.
Vamos pensar na conjunção, no ensejo, no sentido literal da combinação que se faz entre homem e mulher, podendo também ser mulher e mulher, homem e homem, tanto faz a cama minha ou sua, mesmo que num átimo de tempo.
Importa é saber o momento certo de mudar a polaridade de uma relação, de forma que a partir deste, a relação somente evolua. Foi exatamente o que fizemos: soubemos o momento exato de bifurcar a nossa história sem, no entanto deixar para trás tudo o que aprendemos com ela e um com o outro.
Assim, o universo conspirando a meu favor, vai complementando minha história.
A nossa história!

CÉREBRO

08 janeiro, 2011

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Nesta muito fundi a minha cuca. Admirável máquina humana!
Penso no cérebro como algo a ser estimulado constantemente.
Aliás, é muito conveniente estimulá-lo.
Os anos que vivo, vivo melhor pela atividade incessante,
fruto da necessidade em reorganizar e preservar minha plasticidade neural.
Faço isso mantendo minha curiosidade em dia.
Sem curiosidade não se chega a lugar algum.
É essa curiosidade que me faz sair de casa,
me faz ler, viajar, transar, amar o outro, comer, admirar o DeBona, 
respeitar o outro, subir nas paredes, trabalhar, entender a Ema, abrir as gavetas,
subir nas tamancas, mofar na balaia, quebrar o pau, aparecer, sumir, aquietar, dormir e acordar.
Todos os dias, deliciosamente!!!

INSTRUMENTO DO PENSAMENTO

06 janeiro, 2011

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Literalmente traduzido como vocalização de sons e ultra-sons, o mantra desenvolve naquele que o vocaliza parâmetros de reconhecimento sensorial. É a nossa memória auditiva atuando em conjunto com as associações neurológicas.
Mesmo que você não conheça nenhum mantra, por que não ouvir uma música compatível com o estado de espírito almejado? Toda música gera estímulo no corpo por nos remeter a situações específicas armazenadas em nossa memória, ainda que inconsciente.
Músicas tristes, melancólicas, nem pensar! Opte por algo que reverbere no corpo e você terá como resposta um estímulo de vibração, cujas ondas vão produzir uma excitação capaz de mover o que você nem imagina: suas aptidões mais profundas!

PRÁXIS

04 janeiro, 2011

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O atraso já faz parte da vida do brasileiro. Tantos porquês justificam tal comportamento.
Sim! O atraso é comportamental. Entra nesta categoria aquele que não se organiza com antecedência, o que dorme muito e fundo e o relógio não desperta, o que tem um carro e o pneu fura. O que engarrafa no trânsito, o cego que não vê a hora passar e aquele cuja avó morre várias vezes. Quem muito lhe xinga, muito lhe espera porque sabe a programação do dia por água abaixo o atraso! E água abaixo a confiança esvai-se com as oportunidades de quem atrasa e espera.
Recuar é atrasar, é pôr para trás, é deixar para depois, é inacabar.
E de coisas inacabadas o Brasil está cheio. O porque disso não sei.
Cheguei tarde e a merda já estava feita.        

AS FORMAS DA LÍNGUA

03 janeiro, 2011

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Não a língua bífida, a língua orgástica, aglutinante, analítica.
Não a língua que degusta, a que deglute, a que articula os sons.
Não a língua auxiliar ou da geleira que percorre o vale glacial.
Não a língua negra esparramando seu esgoto após o temporal.
Não a língua-de-sogra, a língua de fora em exaustão.
Não a língua do mar na areia da praia, a língua de sinais.
Não a língua de fogo, a de ordem livre, a língua fixa, a língua de comércio, o pidgin.
Não as regras de gramática, o idioma, a língua vernácula, a que marca uma época, o estilo de um autor, a própria de pessoa ou egrégora.
Não a língua brasílica, a língua azul, a língua centum, o código, a linguagem articulada, o discurso.
Refiro-me às palavras de um povo, uma nação.
Refiro-me ao brado e a forma dita.

Não à língua que fere, afiada, a língua de palmo, comprida.
Não à língua do mexerico, do indiscreto, do maldizente.
Não à língua de prata, língua de palmo e meio, à do falador incorrigível.
Não à língua de trapo, à língua suja.
Não ao indivíduo obsceno em palavras, ao desbocado.
Não à língua viperina, malévola, venenosa.
A forma dita.

Dar com a língua nos dentes e falar contra a vontade, a contragosto, malgrado.
Tagarelar, parolar, taramelar, linguajar, correr o badalo.
Falar indiscretamente, revelar um segredo, dar à língua, dar de língua.
Dobrar a língua, emendar o que se acabou de dizer.
Engolir a língua, calar por conveniência.
Estar com algo debaixo da língua, com a língua coçando, com vontade de falar o que não deve. 
A forma dita.

Pagar pela língua, sofrer más consequências por ser linguarudo.
Puxar pela língua fazendo por meios hábeis ou astuciosos com que alguém fale, manifeste-se.
Não falar a mesma língua, não se entender com outrem.
Ter a língua maior que o corpo, ser muito falador, muito indiscreto.
Ter debaixo da língua, estar quase a lembrar-se de algo que momentaneamente esqueceu.
Trocar de língua, conversar, palestrar.

Nada disso, Aurélio!
Refiro-me à língua franca, à língua falada: fronteira às vezes, noutras aliada.  
A dita forma!! A forma dita!!